FLOR DE ABRIL
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HÁ TANTO TEMPO
Já não sei desde quando te não vejo
Nem sei há quanto tempo não me abraças
Nem sinto a espuma branca do teu beijo
Quando tu te agigantas e me enlaças
Com os braços salgados que desejo,
E me levas contigo, (quais cabaças
(À deriva nas águas do meu Tejo...).
Por ondas e marés que ao longe traças
Sinto-te pervertido, sensual
Ali, estendido ao sol, plo areal
Como se me chamasses em segredo
Mas não sei se ouvirei o teu chamado
Nem quando te verei encapelado
Batendo enfurecido plo penedo
9/01/2021
O SINAL
Amigos , companheiros de viagem
Desculpem a maçada… Vou parar!
Pra saber o que diz essa mensagem
Que de outra forma não consigo olhar
Está ali entre a densa camuflagem
(Que é bela, isso não posso negar)
Mas nem sei se lá há mais que ramagem,
Talvez informação para acatar
Talvez indicações ou algo mais
Ou até condições excepcionais….
É caso pra dizer, estar ou não estar
É quase, quase igual,! A diferença
É não poder negar a presença
Mesmo que não o possa detectar
MEA
7/04/2120
ZÉ ZELADOR E O ZANGÃO
PARA ALÉM DA CURVA
MAR QUE NÃO VEJO
Tenho o olhar preso no mar que não vejo
E a alma está presa num tempo por vir
Sem um modo haver de matar o desejo
Sequer forma alguma de os poder sentir
E se tantas vezes no mar me revejo
No tempo por vir não lhe sei emitir
Imagem ou sonho nem som de cortejo
Dos passos que almejo e me fazem sorrir
O tempo que ignoro ou não consigo ver
Morre plas manhãs, mesmo antes de nascer
No respirar fresco que vem das neblinas
Ah... mas o mar, esse espera-me pla areia
Enquanto o sol aquece a maré cheia
E plo ar esvoaçam gaivotas ladinas
MEA
10/03/2021
VAI... VAI MEU TEJO!
Do alto do castelo
Sopro as nuvens que me toldam o olhar
E aquieto-me encantada
A ver-te passar
Sereno e lânguido
Sereno e manso
Sob um céu de paz azul
Ah, Deus meu...Como és tão belo!
Permaneço assim...calada...
Só te olhando
Vendo como deslizas a tranquilidade
No teu leito
De areias brancas
Entre os campos verdes da fartura
Onde a liberdade cresceu...
Vais de terra em terra
Levando os aromas da lezíria
Levando o som do fandango
E levas contigo, também
As musas e tágides que inspiraram Camões...
Vai... Vai meu Tejo...
Que sorte a minha
De te ver assim a abraçar
As terras fecundas
Deste meu Ribatejo...
As ameias do Castelo
Sussurram-me palavras de outros tempos
Quando o tilintar das espadas
Tinha a pressa dos guerreiros
E os guerreiros apressados
Não se quedavam a ver-te...
Porque o tempo era de luta
E a luta nunca espera...
Que sorte a minha meu Tejo
Que sorte a minha...
Vai... vai meu Tejo !
Por essas terras perdidas
Onde o meu olhar já não chega
MEA
8/04/2020
CAMINHO SEM URGÊNCIA
Encontraste-me um dia no caminho
Onde o tempo corria sem urgência
E nas horas havia odor a pinho
Misturado nas cores em dormência
Bordámos as promessas de carinho
Com as palavras feitas da essência
Recolhida na flor branca do linho
E fizemos do tempo experiência
Pintámos os temores, nãos e medos
Com as cores ocultas nos segredos
E fizemos da vida este recanto
Houve nele alegrias que nasceram
E quando algumas houve que morreram
tivemos que beber do mesmo pranto
MEA
21/03/2021
1º e último verso de Camilo Pessanha no poema CAMINHO II
imagem livre
HIBERNAÇÃO
Se de ursos vos falo é por haver motivo
Que hoje mais que nunca lhes vou dar razão
É que como eles também sou ser vivo
Que cansada e farta quer hibernação
Do tempo que passa frio intempestivo
Sem toque de abraços e a sempre agressão
Da chuva caindo de modo abusivo
Escurecendo os dias e o meu coração
E o sol quando vem, sequer aquece a vida
Que vem breve, breve, quase de fugida
Vestido de capa que tapa o fulgor
Quem me dera assim ter essa faculdade
Poder hibernar da chuva e da saudade
E acordar depois com os jardins em flor
MEA
24/02/2021